A tromba estava absurdamente pesada, machucando. Mas já vi homens levantando carros.
Vi a calma e a concentração em seus olhos. Fiz o mesmo e consegui. Levantei a tromba danada (nem sei aonde ela foi parar), e andei. Andei até o parque Lage, ainda de corpo cansado pelo peso. Lá, vi a moça e seus dedos de pontas grossas, com cotocos de unha a serviço da sutura, escultura. Lembrei minhas aulas no anatômico onde me alegrava ver os homem por dentro. Ela, construiu o dentro e o fora em vísceras coloridas com pedaços de tantas coisas e ainda conseguiu o que não se entende: dár-lhes alma!


Eliane Duarte em obra,
Maristela

Um comentário:

Ratos Di VERSOS disse...

texto lindo...

Bjos