POEMA COLETIVO (20/09)

Mais um poema escrito a diversas mãos...
Uma nova tradução do clima da noite no BECO DO RATO...

E o que foi aquilo ontem? A ventania, a chuva, o clima intimista? Uma piração de furacão? Noite com cheiro de nuvem? Quinze minutos de reflexão? Um maremoto de idéias? Um avião cheio de poemas? Ilusões misturadas com álcool num balde? Uma ratoeira cheia de pão de queijo? Cachaça coqueiro? Queixos caídos com tantos dizeres? Performances poéticas? Beijos Roubados? Bar lotado? Gotas de limão pra curar a bebedeira? Filmes para o You Tube? Tavinho Paes? Carlos Costa? Ricardo Ruiz? Os RATOS recitando Rimbaud?
O que foi aquilo?
O que foi???

Não sei... só sei que o bar tava lotado de muita festa, alegria, cerveja, fumaça, samba e poesia e o amor...
estava no ar...

A grafia foi mantida para não descaracterizar a essência do inconsciente coletivo no poema!

E dia 04/10 tem mais!!!!



Lá um corpo estendido no chão
e o hiv cego e certeiro,
segue impossível ao pé do meio fio.
O agá intuiu a vida...uiih...paga pra vê
e do chão de uma poça de álcool, erva e poesia emerge Rimbaud que vomita seu veneno destilado sobre nossa carcaça idiota.

Dostoievsky & Juju
que levou o pal mall
fumou todas

Ah fulo!fulô!

A poesia está sobre tudo
sobre o cotidiano
sobre seu corpo
como eu a te fuder
mesmo que seja em inspiração e pensamento
mesmo que o tempo pare dentro da ampulheta
e teu orgasmo não tenha noção da hora
sentiremos um ao outro intensamente,
e mergulharemos na noite inebriados de prazer até que,
ao amanhecer levanto,
procuro em cima da mesa um cigarro
e acho o seu exame de sangue...surpresa!

Tô pouco me ligandosó sei que estou vivendo
só sei que estou sentindo
e o meu sangue borbulhando,
e a minha mente viajando,
estou aqui te amando,
e te sentindo por dentro,
me aprofundando em um orgamo total
apenas 1
um momento,
sentimento
um grito, um animal
apenas um orgasmo total.

Uma luz do amor
um momento incomum
Querer te?
Tenho certeza!
Terei-te?!

Desculpe minha ousadia. A resposta não sei que tenho. O sim, será minha alegria.
Sim, não ou talvez, aliás talvez é melhor em vez de sempre.
Quando conseguirei a mim mesmo?
porém o “talvez” seja “quem sabe”!
na verdade eu quero a certeza
que almejo por pura essência.
No entanto a ausência sua
faz-me retornar ao talvez.
Palavra nua e crua
se não talvez
melhor não tez
ter incertezas é sofrimento;
contentamento inseguro.
O que será o futuro?

intermezzo:
verbos nuncar, amar, defuturar, cervejar,
furar, chuvar, cruar, pensar, escrivinhar,
recitar, gozar e ratificar óbviamente!
O povo bom!

Futuro é furado!
Negócio?
Viver o presente que pressente
Pré-sente
Pré...
Prefácio, prenúncio, pafúncio...
Pré-conceito
Sento, sinto, ceifo...
Sinto muito,
Minto, desminto...
Sou mulher e amo, porra!
Mesmo puta,
mesmo em cacos,
mesmo junta,
mesmo eu,
mulher,
Sou!

Tempo...
contra-tempo
Hora
já é hora de ir embora
pela chuva que molha
na esbórnia da Lapa
sempre...

Quando ele chegoueu não estava tão puta
não estou aqui nem láestou em qualquer lugar
e o vento
forma e transforma
meninas e montanhas
e o mar!
Devolve a nós o que nos pertence
e cacosque na minha mão viram : arte!
Não seinão sei mais nada
Seique salivo
de sede
dos teus lábios
tropeço além passos
avisto adeus atos
Fato
que estou farto
Desacato
o trato, mal-trato
Escracha o acaso
nos meus passos
de fantasma
morto-vivo
que sou.

Dalbertiando maristotélica
Dudu pereriando
Carluxo jujuniando
Magraniando taviniando
e os Ratos saem do Beco
por causa da chuva
para saudar Ogum e Iansan.

Gosto daqui
gozo aqui como nada
nado na atmosfera ébria
e onírica desta confraria.

eu gozo como nunca...
Como nunca
é preciso inventar
um nunca novo
um nunca de nuncar

Procure pelo sempre
a rotina de algum lugar
parar de pensar
se levar pelo inconseqüente
é vida, vida, vida!

Entre a rotina do dia-a-dia
desvie o pensamento e perca-se no novo da noite
e de novo ao dia
interprete, sorria
cuidado com a casca de feijão no dente!

Nada melho do que
sair e do trampo
entrar em um bar
encontra um amigo
beber uma cerva gelada
ouvir acima de tudo
um monte de maluco
recitando, meio que orando
mais que na verdade estão recitando...

Sim! Estão recitando... os RATOS di Versos estão recitando poesia e saudando Rimbaud.

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