Por Bia, bia, bias... E leiam o todo novo tem um monte!

Rato bom é rato vivo!

p/ todas as ratas e ratos di versos

Certa vez, matei um rato. Quer dizer, participei de sua morte. Foi preciso montar um esquema de guerra para aniquilá-lo! Minha primeira reação à aparição daquele inseto asqueroso (sim, eu sei que rato não é inseto, mas essas classificações da biologia não me servem, já que ele se aproxima mais de uma barata do que de um mamífero qualquer!), pois minha primeira reação foi subir na cadeira e gritar, tal qual eu sempre havia visto nos desenhos que animaram minha infância!
– Um rato!
– Um rato!
- Ali!
- Ele foi por ali!
Tínhamos acabado de chegar, eu e meu namorado. Os outros rapazes que moravam com ele na república deviam estar ainda na faculdade. Pois foi meu namorado à caça do bichano pelos quartos, enquanto eu ululava sobre a cadeira da sala de jantar. Durante um bom tempo ele revirou o quarto à procura daquele invasor indesejado. Achou num dos quartos. Mas não conseguia pegá-lo. Ele pulava e soltava uns ganidos, uns guinchos estridentes, era muito ágil e perspicaz, seu corpo mole se adaptava a qualquer buraco em que se escondia naquela fuga desesperada. Respirei fundo, tomei coragem, e resolvi ajudar na captura. Os outros rapazes foram chegando e ajudaram a montar a estratégia de guerra. Arrastamos todos os móveis para o fundo da sala, formando um corredor e liberando a passagem para a porta da rua; fechamos as dos demais cômodos. Então seria mole. Era só fazer com que o bicho saísse do quarto e ele só teria um caminho: o da porta pra fora!
Enquanto uns se empenhavam em fazê-lo sair do apartamento, outro aguardava no corredor do prédio com uma vassoura. Eu subi no sofá do lado da sala que estava protegido pela barricada e lá fiquei observando a movimentação dos soldados. Pois não é que o bicho ao sair do quarto deu um salto acrobático digno de Daiane dos Santos, ultrapassou a barricada e foi se enfiar no meio dos entulhos todos que arrastamos para o fundo da sala?! Ao passo que ele pulou pra cá, eu pulei pra lá soltando também meu guincho estridente! Caralho, e agora?!
Foi mais uma hora pra fazer ele sair de lá. E eu já no corredor do prédio pronta pra correr, pude presenciar o momento exato em que ele meteu as fuças pra fora e foi certeiramente golpeado pela vassoura, voou alto, bateu no teto e caiu no chão em espasmos fatais. Mas rato é que nem mosca na sopa, “cê mata um e vem outro em seu lugar”. E não é que hoje eu me deparo com outros ratos?! Ratos vivos, muito vivos! Não insetos! Mamíferos, que mamam em muitas fontes. Ratos ágeis, perspicazes, como aquele. Ratos duros na queda, que se enfiam em qualquer buraco, que fazem inúmeras acrobacias e fazem ecoar seus bramidos. Ratos que me fazem subir na cadeira e gritar. Não de medo, pavor ou asco. De alegria! Ratos que me fazem gritar poesia...

Da bela Bia Tavares...!
Beijukas rataiada!
Maristela Trindade

Esqueci....

Esqueço de me lembrar de FAZER!
É! Eu esqueço.
Claro que não conseguiria FAZER
metade do que me propus lembrar de FAZER.
FAZER é algo tão extraordinário,
tão fora do comum!
Seria bom lembrar de dois tantinhos
desses AFAZERES garbosos, pensados
"começo, meio e fim."
O que acontece é que faço muito,
faço tudo,
tudo que não pensei em fazer e nem sequer tinha na
lembrança.
E quando canso de tanto fazer afazeres,
percebo que nada fiz com os fios da memória e que,
mesmo do que fiz, me falta FAZER.
Me revolto!
Jogo tudo pro alto, coloco uma roupa,
saio,
fico,
me abandono e pronto!
Qualquer coisa que disfaça,
me fará bem.

Maristela

Para TODOS os RATOS

Os Ratos são os baratos dos versos
Ratazanam em bando
estão em todos os cantos.

São criaturas do submundo
vivem no universo paralelo
[Matrix]
sobreviverão à bomba atômica e
continuaram vagando...

Pelas ruas...
continuarão versando
enquanto existir amanhecer.

Continuarão sendo Ratos curtindo baratos
sendo DI VERSOS
e diversificados.

Os Ratos são os baratos da poesia.
Os Ratos são os baratos dos versos!
Os Ratos SÃO!

PARA o GRITO de DAN MAGRÃO o GRITO de JULIANA HOLLANDA

Grite sem parar
sem se preocupar
se vai faltar o ar
ou ensurdecer alguém.

Grite como um dragão, como Tarzan, como gatas no cio ou como aquela mulher na TPM.
Grite como a fome grita dentro do estômago.
Grite como o marido enfurecido,como o torcedor no estádio de futebol.
Grite como o vendedor de mate na praia, o sorveteiro ou o amolador de facas...
Grite como o cara que anuncia pamonhas todas as manhãs na sua rua,
como o feirante
ou como a amante que ouve aquela velha máxima do “não vou me separar. Não posso!”,
depois de ter sido cozida em banho-maria por 5 anos...

Grite como o ar
sem parar
ninguém vai se preocupar
em emudecer.

Passos

Ouço passos na calçada. Ratos saem dos bueiros e vão para os bares beber cerveja e comprar cigarros. Eu desejo suspirar, mas eles não deixam rastro. Não sei por onde começar a andar.

No labirinto das ruas ouço passos na calçada. Passos ritmados no compasso da batida do meu coração. Tum-tum-tic-tic-tic.

Tento colocar meu all star nos lugares que foram pisados pelos ratos, mas as patas minúsculas não deixam rastro. Sem marcas fico parada no meio do caminho. Não sei para onde andar...

Estática ouço passos na calçada que espera por passos mais largos. Gostaria de ouvir os passos minúsculos dos ratos nas calçadas.

Preferia ouvir o seu chamado. Assim, saberia para onde seguir. O celular não toca. Ninguém liga.
Ninguém virá resgatar-me.

Vão deixar-me no meio da rua, sozinha, parada ouvindo passos na calçada.

A Flor do Poema

bem-me-quer mal-me-quer
bem-me-quer mal-me-quer
bem-me-quer ... ela-me-quer!
deveria rasgar o espaço
e o que diria a rosa?


Marcelo "Nietzsche"

Robson Leite,
sua presença discreta é um enorme presente!

Maristela Trindade
- obra de Ismael Nery
grande amigo de Murilo Mendes. Foi completamente inconsciente colar essa imagem para vc. Deuses em ação!
Beijos!

Rata prepara o jantar

Colhe idéias no jardim de pensamento
Para fazer um buquê de poesia
E enfeitar a mesa do jantar.

Fará sopa de letras para aquecer gargantas que gritam demais

Prato principal: peixe com molho de til e batatas salteadas com cedilhas
De sobremesa vai servir amoras em calda
E poemas da estação.




RATOS di VERSOS- 23/08/06 (Juju, Dan Magrão e Karluxo)


Diversas fotos dos RATOS di VERSOS

Dan Magrão, Bia Tavares, Heloísa Helena, Karluxo, Saulo, Dudu Pererê, Maristela Trindade, Felipe Cataldo, Dalberto e ao fundo Berimba (Poeta Maloqueirista de SP)





e COMEÇOU A RATAIADA.

Rataria junta em FLASHES daltônicos, bêbados e ofuscantes.

Seleção de poses, performance, caretas, alegria e poesia no BECO do Rato no RATOS de 23/08/2006.

Fotos para mostrar o clima da noite, a luz da lua e a poética com eira e com beira da nossa encruzilhada cruzada POÉTICA!

Bjos
:***

frestas de luz

O "PLANETA LETRA", manual de intenções contínuas de Chacal, é o berço dos Ratos di VERSOS. ConsideraMOS então, nosso padrinho e linhagem.
Jovens, bem jovens estarão no CEP aniversariante, dia 29-08. O tanto que isso me alegra! O colégio PEDRO II, os amigos de todas as praias comemorando num luau de paredes escuras, um novo sol! Como sempre foi a direção do cep. Da minha presença anônima no passado à presença eventualmente espalhafotosa de hoje, só tenho a dizer que ali é um lugar que não tem e nem deverá ter endereço fixo. Vai aonde se faz visto. CEP, signo das melhores provocações nesse país de uniforme.
Nós queremos ir junto verbo-cepeando. Viver e aprender com a nossa belíssima desindentidade nas mãos!
Ao menestrel, com carinho! VAMOS VIVER!

para ratos e ratas, uma olhada na persiana da juju

Persianas elas,
quebradas em frestas
não contém o som.
deixam vazar com velocidade;
espionagem, inspiração, fulga certeira.
Quando a luz se apaga,
a lua me ascende.
Fujo gargalhada do cotidiano.
A alma despudorada se deixa musicar
blasfêmias de bem dormir.
Nenhum peso, nenhum peso
Cada rato pega seu pedaço
de atração nos cacos urbanos.
Do belo ao môco, transformando.
Ritual prápular!
Cada som abriga as palavras imagens escolhidas por nossa vira-ratice, vira-ratice, vira-ratice...
Organizamos nossas próximas fugas
pelos becos do mundo!
Música, mú.....sica!

Maristela Trindade

DIVERSIDADE ratazanica

Ratos são DI VERSOS
de VERSOS
inversos

[VERSÁteis]

Verticais...
com ou sem microfone se jogam no palco,
ratazanam idéias versadas
em mentes de persiana.

Janelas fechadas de cérebro
[humanos]
que escutam poesia e
aos poucos deixam a claridade entrar...

Juju Hollanda

Poema coletivo de 23/008/2006

Ontem teve mais um RATOS DI VERSOS.
A Lua cheia iluminou nossa noite de poesia.
Dudu Pererê lançou seu livro com muita Glória na Lapa quase Glória. No Beco do Rato.
Projetos e alianças faram feitas e faladas. E não era papo de bêbado não. Era compromisso e sério, mesmo, viu galera? (Isso quem tá falando é a Juju).

Contamos com a presença do grande CHACAL e a Juju deu mais um furo (quantos já são ao todo?) recitando um poema e errando a estrofe final...

O sorteio que não teve, fica para o próximo RATOS DI VERSOS (06/09/2006).

Tudo isso para falar que o POEMA COLETIVO (como foi escrito) já está no ar e nós todos parimos mais um filho na noite de poesia.

Divirtam-se e reflitam.
O poema está engraçado, porém forte.
Pensem na parte dos Rinocerontes que foi o que mais me chamou a atenção!!!

O início é da nossa RATA MÃE e o final do nosso RATO orgasmos de nicotina!

Bjos
:***
Juju Hollanda

Eu não começo pelo "A"
eu nunca começo pelo meio ou pelo fim!
eu simplesmente, começo e hoje com você!

Eu começo na cerveja com um cigarro entrelaçado entre os dedos e a caneta adormecida sobre o papel aguardando o que virá depois que o "A" passar.
Com você, com o hoje e com o começo saindo para a noite.

Não sei o caminho do começo, nem sei nada do que faço; mas faço, vou... borboleta. vôo.
Então vamos começar pelo "O". O sonho morreu. VIVA O SONHO!!!!
e a realidade que se continha em qualquer um

Apenas um, vale o viver
talvez nem deva começar, mas acrescentar ao que foi iniciado e dar rumo, sentido, propósito... com os olhos cheios de poeira urbana
E com a mais profunda irresponsabilidade dizer:
Ah! Eu queria uma puta suburbana!

Humana eu tão pouco
findo
com letra alguma
com qualquer letra
com letra nenhuma

O que passou já não existe
o que vai ser também não
e o agora,transacional
entre duas remediadas idéias
da não existencia.
Coro
posiciona sorrisos
-prazeres o Deus Cronos
e assim nos eternizamos.

Atrás da brisa da madrugada
alguma coisa veio festejar
era um amigo da família
que foi embora para nunca mais voltar.

Sim, gostei. Poemas são meus
orgia de Deus coloridos camafeus
Onde foi que eu coemcei, hein?
Há...gostei.

Para nos otros, el futuro negado
Para nos otros, nada!
Outros enchendo o saco
Outros curtindo o mundo
e vivendo
mundos diferentes sonho
e poesia

Frase solta
presa no olhar
do PM predador
parado na viatura
mas a praça é do povo
e o beco, dos ratos

Alto lá
vamos falar, gritar, babar
as barbas de molho
dentro de um copo de cerveja

Vai fazer o quê? Nos temos o que?
Direito? Eu escrevo até com
o esquerdo. E dou de todos
os lados menos ao desacato
a humanidade.

Mas a praça é do povo
e o beco dos ratos.
é e será sempre nosso!

Improviso finaliza
o poema combinado
a ser de improviso

Fim?
Será?
Foi?
Pagasse.
Paguei.

Beco que te quero bento
Canto que te quero santo
Rato que te quero rápido
Como um rapto

Rapte-me, camaleão
Rato que se metamorfoseia em versos

Eu fiz um trato
num contrato
pra falar poesia
no beco do rato

Eu acaricio, não maltrato
vou pro beco do rato
vou de chinelo, de sandália
de sapato
Vou pro beco do rato
tô ligado é o maior barato
falar poesia no beco do rato

A poesia se perde no beco
o grito seco explode em gargantas
me vem em doses homeopáticas
na sintomática estância
de te absorver como chumbinho
qui me mostra o caminho da morte
Foda-se.

Não faço tratado com as palavras
aqui na esquina do beco do morais
todo o trato será pouco, enquanto o brilho
Aaeso das poesias soltam as centelhas
das britas de pedras de isqueiros
reluz como um farol que traduz
o perigo invisível das ciladas dos corais
distante do cais que já ficou pra trás.

Acabou!!!

Revelei-o em prantos
a morte de nada ser.
Chega!!!
Não quero mais amor
acabou a ternura,
só nos restou a poesia...

Escrever os versos novos das pessoas
que me chegaram.

Confusas, plenas, sortudas...
entre uma linha e uma lembrança
acredite na renovação,
nem aqui me mostra o seu amor!

Rinocerontes, rinocerontes,
engulo quilos e quilos de
rinocerontes
com sua pele grossa e enrugada
olho pela janela molhada
e a realidade que penso ver
me é indigesta.

Colocaram o rinoceronte no
out-door!
pintaram-o de cor-de-rosa!
amarelo, verde, anil!

Eu; esse viaduto atropelou
outro...
quisera poder desenhar asas
nos rinocerontes,
quisera que fossem expelidos
pelas chaminés
quisera que voltassem de minhas entranhas e em imensa manada
destruíssem a cidade.

Cidade. Cidade. Cidade...
que invade de versos de amor os corações humanos.
desumanos seres humanos
que querem encher-se apenas de metais vís.

A vida esquecida atrás dos suvacos
mal-cheirosos
dos homens que trabalham demais
e falam demais

porque pão é pão
queijo é queijo
pão de queijo é pão de queijo

pena que estamos onde não somos
e andamos no mais nada que é tudo
e se tudo é nada?

Nada,nada,nada e (de preferência)
não morre na praia, pois se afoga numa mesa de boteco recitando Rimbaud...

Rata Bela

Maristela, rata bela
Bela mãe rata
Protege os filhotes no abraço
Que rata dá.

Esconde-os debaixo das patas
Do lado do coração.

Rata guerreira,
De afiadas garras
Rabo afilado...

Rata Di versos,
Amiga que chega
É ela

Maristela
A Rata na dela!

Juliana Hollanda

Para Maristela


Para Maristela, descarnado do descanado livro 20 poemas com brócolis, de Roberto Piva. Está em Obras Reunidas, volume 2.


mestre Murilo Mendes tua poesia são
os sapatos de abóboras que eu calço
nestes dias de verão.
negócio de bruxas.
o sol caía na marmita do
adolescente da lavanderia.
você veria isso com

seu olhar silvestre
um murro bem dado no virtual
que eu mai adoro.


("Eis a hora propiciatória, augusta,
A hora de alimentar fantasmas")
Murilo Mendes

nietzsche, a-correntado

BICHO PREGUIÇA

BICHO PREGUIÇA


Eu sou preguiça
o bicho que vai
devagar, devagar
Eu sou o bicho preguiça
que vai indo devagar;
para onde eu não sei
mas se correr eu ando

(às vezes, só pego no tranco)

Nietzsche. O último verso é um crédito de Caluxo.

Ratos Di Versos

Ratos Di Versos


MANIFESTO RATNIK

Nós, as malditas criaturas subterrâneas abandonadas e esquecidas através das eras.
Nós, que há tanto tempo ansiamos pela luz do sol, roendo silenciosamente o rancor retido em nossa espinha
Nós, os absurdos habitantes da meia-noite
os invisiveis invasores do amanhã
Não estamos sós
Nós temos voz
Diversos, Ratos di Versos,
Subam pelas paredes e ratazanem a paz das famílias
É a hora e a vez
DO PULO DO RATO!!!

Dan

para os ratos di versos

É festa
Farra na floresta
Mistura de ritmos,
Cachaça de mel e poesia.

Dançam as velas a meia luz
Valsas e palavras com cheiro de alucinação
Coragem de dançar descalça
Em chão que escorre suores mil.

É festa no beco do rato
De improviso, poesia, suor e cerveja.

Juliana Hollanda

Lapa na Cara

Lapa, essa eterna menina danada!
Voce pode levar uma LAPADA na CARA a qualquer momento.
Ela tem santos próprios que a protegem: Madame Satã,
Geraldo Pereira, Ciro Monteiro, Manuel Bandeira...
A gente entra no santuário vestido de presente
e o tempo se ajeita paralelamente!
Ruas de história e ancestrais vivos nos malandros escolados,
outros desajeitados, sexo na pegação pública da madruga, no safado
conhecido que vai te roubar a bolsa, o tiro na rua à frio e
bohemios sambando, cantando, poetisando,
sobrevivendo!
Está cheio de RATOS procriados!
São Jorge abençoa o paralelepípedo que anda por si.
A Lapa é sempre um TAPA NA CARA de quem se diz AMIGO do lugar.
Se prepare para o trem fantasma!
Eu VIVO e não minto a minha atração pelo tempo que me
arrepia no meio dos cortiços antigos.
Carioquice pura! Ninguém se trava no lugar.
Tem que ter santo na veia, fios de Ariadne nas mãos e
raça na cara dos órgãos vira-lata!
LAPA NA CARA!
O tempo nas cruzas desse lugar é quase um unguento.
Vamos Ratando, alongando rabos, afiando unhas...
A alma escolhe o corpo inspirador do momento;
Ratos, gatos, bueiros...

metamorfose> Dom Ratão!

Eu sou rato! fui contaminado!
Me encontro metaforseado.
Busco no lixo humano
Subsidio para meus poemas.
A espera de ratos
O beco é o local
roedores de tempo e fantasias
Mas podem vir cães e gatos
Para um abraço fraternal
E vomitar no prato suas poesias.

O Beco do Rato é um espaço democrático, está acontecendo e bombando.

do rato dalberto gomes
Ontem teve Ratuscada no Beco.
A galera toda reunida e a poesia reinou soberana mais uma vez.
A paz e a benção da Lua cheia encheram os corações de amor, os que doíam mostraram a sua dor, os excitados, os desgostosos, os com raiva, os alegres, os poetas de primeira viagem...
Todos!
Todos se fizeram um e o resultado está nesse poema coletivo!

Eu mantive as palavras como foram escritas no CADERNO dos RATOS para o nosso POEMA não perder a essência.

Bjo de RATA,

Juju Hollanda


Poema coletivo (09.08.2006)

O tempo passa a vida passa
enquanto eu trabalho pra acumulá
relatividade pra mente poder criar...

É na faísca da loucura que sesconde o cerne do gênio
o beijo, o passo, a lua.

lua da mulher nua, da amante, da tocaia, da menstruação
beijo de judas, beijo de Israel
que eu mando pra puta qui o pariu.

borboleta é a mulher a sambar
e daí, vale a pena ver ela requebrar.

Silêncio, silêncio, sssilêêncio
no mato, em casa ah...precioso
se for interno não existe
multiplica-se numa viagem louca
no meio de uma madrugada escrota
em que vc pensa mas não se expressa como quer
seja no papel ou nas palavras
transdução preciosa.

Na mente vários movimentos...
muito corrido, vários "flashes", impossível alcançar
pensamentos difíceis de distinguir...
Palavras feitas, um intuito de sonhar...
Sonhar para poder amar, pois
este sentimento tão árduo, tão profundo e tão complicado
O amor tem prazo de validade
Será que o meu já venceu?
Venceu, vencerá, conquistará, reinará; basta pensar.

O amor
não tem idade
endereço, sexo, prazo quiça validade
O amor
nada mais é que
um pedaço do eu
que ama o seu
O amor sou eu
O amor é dúbio, mas na realidade ele é irmão
do ódio...tudo se torna sentimento
Amor que não existe, que é egoísta
e machuca o íntimo do seu ser.
mas como viver sem amar...
Como viver sem fuder, fuder
é muito bom sentir o mel quente
que sai de dentro de você.

Você que sou eu
e eu que estou aqui sem você
nesse imenso turbilhão de coisas
confusas.

O amor salva o mundo, mas o humor
salva o homem.
Puta que o pariu! Disse a princezinha
ruborizada
Salve este brasil disse a macacada!
Salve a vida o amor e a morte!
Salve o Rio!
Rio, choro!
Chôro de Pixinguinha
Pixinguinha é doce como o choro, como o mar
do Rio, faz carinho no ouvido
Bate o coração...chorão, chorinho,
que bom dá um chorinho e sentir o coração
chorar que nem uma navalha...
ou porvir quando a alma é quase
uma mortalha...ah...o amor...

Amor talha a morte
Amo a talha
Mortalha
Morte
Amor
Amo-te
Tal qual a morte
Ama a mortalha
Talha o amor
Amor


Poeteira por provocação
de repente
de supetão (com u ou com o?)
escrevo versos?
ou não?

Segue poeta obscuro no escuro que clareia a noite
sinceramente nua.
e quem disse que a poesia é sua?

Sua, sono, seu sono, sua idéia.
liberta-te pois e canta, canta teu pranto, tua dor,
tua lembrança...tua fome...tua ganância...

Podemos ser um
enquanto estivermos

Podemos ser tudo
a partir do momento
em que nos dispusermos
estar junto, como um só
ser
Coletivamente em um só
pensar e agir
como um ser só.

Não te levo nem mesmo pro inferno
não te quero e não espero nada de ti
hoje eu quero ficar sozinho e de repente
quem sabe alguém diferente bem diferente
saiba chegar devagarinho me falar
baixinho e me deixar contente.
ande! Venha, destrava que não custa nada!

Nada nada nada dessa vida engata na Lapa.
Só é alguém que sente
quem é alguém hoje, amanhã e somente.

Sente meus olhos, meus pêlos,
Meus selos,
Sente,
Sente homens que mentem que te amam
Sente homens
com pirús enormes que farão
você gozar até amanhecer.

Sente homens que dão beijos em
outras bocas
que não a sua
Sente, sente, sente...

Sente, sinta, cinto apertado no pescoço sufoca minha alma alma nua nua não pelada!

E no Beco do Rato na manhã seguinte ela alizava os pêlos agradecida, pela noite anterior junto aos Ratos.

Inapetente

Azia e dor de cabeça
os três chopps e o almoço me fizeram mal.

Um mal histérico, estriônico, gasguito!
Tudo por causa o não saber...
Comi rápido demais
por pura falta de costume
por só querer emagrecer.

Ultimamente almoços mulherzinha não tem me feito bem
penso que posso,mas não!

Comida não é meu nome
vou desacostumar a minha fome
e viver de versos de amor.

Juju Hollanda

breu-estrutural


mucado de gravanhos plange meu lado de fazer fogueira.
folhas de chão faz voz pros meus passos quando passo.
secas e amutulhadas,um princípio fogueante insurge na rompção do breu.
bastante um facho depor a favor da claridade, já aqueta boa parte dos vaga-lumes.
é na brinca que palavras dão principiança.
A felicidade se emplena quando dessas coisas supremas.


Dudu Pererê e Karluxo
...querer ser o não-ser... ...momentaneidade vívica...
...aproveitar o bem do mal... ...plenitude... ...serenidade...
Será isso um escangalhamento?

Dudu Pererê

ESTAMOS ATERRIZANDO



ATERRIZANDO

......RATOS DI VERSOS.......
...dan magrão.....dudu pererê.......karluxo.....maristela trindade...
...marcelo nietszche...maurição...juliana hollanda...dalberto....waldemir...
...voce....voce...voce....voce..voce...
Poesias e informações: www.ratosdiversos.blogspot.com e www.verbologue.zip.net

Tôco entocado na minha garganta

Sapato pisando na planta.

Mas eu não vegeto. Arranho, defeco

Afiando dentes, Roendo seus pés.

Voces vão sentir o pêlo crescer,

O rabo alongar e sorrindo dizer:

"rata!!!"

lá no Beco com a rataiada

Comendo do queijo Tomando cachaça

Brincando de pique Riscando cruzada

Virando prá baixo seu livro de mão

Desorganizando a nova edição

DIVERSOS diversos DiVeRsOssssssssssssssssssss

maristela trindade

Prosa-poética de Juju Hollanda para os RATOS di VERSOS

Diversos ratos com dentes afiados, rabos pontudos e olhos atentos invadiram com graciosidade e poesia combativa os pontos mais cult da cidade.
Ratos irados multiplicam-se nas esquinas transversas para encher ouvidos cansados de tortura, das notícias mortas, de poesia da boa.
Ratos enlouquecidos e sãos bradam opiniões consistentes em forma de verso.

Junta: a rataiada prega a paz através da liberdade de expressão.

[Confusão inversa.]

Tons de voz misturados com cerveja, blues, sussurros, gritos, dança e gemidos.
Os ratos são humanos e traduzem a vida em versos limpos.