RATOS HOJE, 28/10, MUDANÇA DE ENDEREÇO

CHOPERIA PROST BEER
R. GENERAL POLIDORO, 58 lj 101 - Botafogo
no Shopping dos Sabores
em frente à Praça Mauro Duarte, que é em frente ao Sabor da Morena.


Ps.: Esse é mais um desserviço cultural da sua prefeitura.
Choque de ordem explode mais uma vez na cultura.
E os bandidos explodem helicópetros.

AINDA NA QUARTA UMA BELA PRESENÇA






Não é toda noite que eu resolvo ser botafoguense.
Não gosto da idéia de estrela solitária.
Mas em um canto,
numa rua com nome de santo,
encontrei um bando de estrelas, várias.
Botafogo? Que nada. Brasil. Dando bandeira.
Poetas são estrelas.
Estrelas unidas dentro de uma bola azul céu.
Mas como chovia
(coisa de São Pedro de pirraça com São Manuel),
A faixa escrito ordem e progresso ficou molhada...
Então as estrelas saíram da bola azul pra inventar outras palavras.
Poetas são ouro.
Amarelo ouro.
Poetas no losango.
Mas poeta não entende muito bem de régua
e toda hora muda ponto de vista, de ângulo (isso mata os outros)...
Então as estrelas poetas vão para a mata. Verde mata.
...Álcool mata.Carne vermelha mata. Pensar mata. Rimar mata.
Viva!
Viva o poeta!
São tantas estrelas
tantos poetas no mato,
que outras até tem ciúme
rebaixam no ato o poeta à vaga-lume.
Viva o poeta!
Sem losango ouro,
sem céu azul,
Botafogo?
Cruzeiro.
(do Sul).
Eu torço.
Constelação constato,
poemas com ou sem título
(do campeonato).


Mas toda vez que estiver nublado, ou mesmo aberto,
não procuro poetas no céu.
Procuro por ratos.
Confesso.
Poetas são ratos,
uns indigentes.
Vou derreter um pra fazer pingente.



Carolina Lago

(a menina de cabelo curto que tava com uma amiga...memória de poeta é só pra poema...)

RATOS DI VERSOS de quarta passada

Na última quarta aconteceu mais um encontro do coletivo RATOS DI VERSOS. Estiveram mais uma vez no Sabor da Morena em Botafogo. Um bar super chiquezinho, bem diferente dos becos de onde vieram e estão mais acostumados a atuar, afinal vida de RATO é circuito de bueiro em buteco; é caça de queijo barato e desfile de traveco. Acho que os RATOS sabem disso mas é importante lembrar.

Choveu fino nessa noite de RATOS, o bar estava frio mas não se demorou em esquentar. Foi lindo! Eu vi e vos digo: Foi mágico! A RATATADA toda estava a fim de jogo e talvez por isso a partida fora tão bem repartida. A dinâmica auto-gestão funcionou como nos saudosos encontros que eu já havia presenciado nos becos da Lapa.

O Poema Coletivo- que ficou maravilhoso- levou uma vaia feia de um Crítico(melhor começar o nome dele com letra maiúscula, críticos devem ser muito vaidosos). Sim, esse dia apareceu até um crítico de poesia em plena loucura instaurada do RATOS DI VERSOS. Eu que nunca havia visto um desses de perto(na verdade pensava que eram lendas, realmente achava que não existissem em forma de seres humanos) o tratei como um RATO qualquer e ele logo chamou a atenção: “Veja bem, não sou poeta, eu sou crítico e só sei criticar.” Aí criticou o jeito da fala de um, o modo em que o outro se posicionava para falar... criticou a tabaca da “mulér” do Don Raton, em favor da justa causa da liberdade de se drogar com tabaco e com isso veio ela, a temida, a tão chata e tão importante Política. Ela tomou o espaço inteiro até algum RATO ávido por brincadeira inici ar o coro de um homem só: “Poesia! Poesia! Fora política!”, e foi aquele esbarra-esbarra, uns diziam que aquilo era poesia, outros saíram para fumar...

Até que o arranca-rabo deixou o microfone solto, solito, mas por pouco tempo, logo logo um RATO black bradou firme do fundo do udigrudi e o microfone agüentou firme até as dez da noite. Depois foram até meia-noite no gogó. Só saíram porque foram gentilmente expulsos. Essa galera tava que tava!

No final vi que apesar de não estarem no submundo da Lapa, os RATOS estavam se sentindo na própria toca, tocaram o maior rebu- e é reboliço o que sabem fazer melhor. E mesmo atuando em um “barzinho chiquequê” na Zona Sul, souberam levar o espírito do evento e instauraram em Botafogo a sua aura libertina. Obrigado a todos os RATOS DI VERSOS(enunciar nomes é impossível pois são muitos) por mais uma vez atingirem em cheio a minha alma enclausurada pelo sistema. Viva Poesia. Poesia Viva!

DuduPererê