Poema coletivo de 23/008/2006

Ontem teve mais um RATOS DI VERSOS.
A Lua cheia iluminou nossa noite de poesia.
Dudu Pererê lançou seu livro com muita Glória na Lapa quase Glória. No Beco do Rato.
Projetos e alianças faram feitas e faladas. E não era papo de bêbado não. Era compromisso e sério, mesmo, viu galera? (Isso quem tá falando é a Juju).

Contamos com a presença do grande CHACAL e a Juju deu mais um furo (quantos já são ao todo?) recitando um poema e errando a estrofe final...

O sorteio que não teve, fica para o próximo RATOS DI VERSOS (06/09/2006).

Tudo isso para falar que o POEMA COLETIVO (como foi escrito) já está no ar e nós todos parimos mais um filho na noite de poesia.

Divirtam-se e reflitam.
O poema está engraçado, porém forte.
Pensem na parte dos Rinocerontes que foi o que mais me chamou a atenção!!!

O início é da nossa RATA MÃE e o final do nosso RATO orgasmos de nicotina!

Bjos
:***
Juju Hollanda

Eu não começo pelo "A"
eu nunca começo pelo meio ou pelo fim!
eu simplesmente, começo e hoje com você!

Eu começo na cerveja com um cigarro entrelaçado entre os dedos e a caneta adormecida sobre o papel aguardando o que virá depois que o "A" passar.
Com você, com o hoje e com o começo saindo para a noite.

Não sei o caminho do começo, nem sei nada do que faço; mas faço, vou... borboleta. vôo.
Então vamos começar pelo "O". O sonho morreu. VIVA O SONHO!!!!
e a realidade que se continha em qualquer um

Apenas um, vale o viver
talvez nem deva começar, mas acrescentar ao que foi iniciado e dar rumo, sentido, propósito... com os olhos cheios de poeira urbana
E com a mais profunda irresponsabilidade dizer:
Ah! Eu queria uma puta suburbana!

Humana eu tão pouco
findo
com letra alguma
com qualquer letra
com letra nenhuma

O que passou já não existe
o que vai ser também não
e o agora,transacional
entre duas remediadas idéias
da não existencia.
Coro
posiciona sorrisos
-prazeres o Deus Cronos
e assim nos eternizamos.

Atrás da brisa da madrugada
alguma coisa veio festejar
era um amigo da família
que foi embora para nunca mais voltar.

Sim, gostei. Poemas são meus
orgia de Deus coloridos camafeus
Onde foi que eu coemcei, hein?
Há...gostei.

Para nos otros, el futuro negado
Para nos otros, nada!
Outros enchendo o saco
Outros curtindo o mundo
e vivendo
mundos diferentes sonho
e poesia

Frase solta
presa no olhar
do PM predador
parado na viatura
mas a praça é do povo
e o beco, dos ratos

Alto lá
vamos falar, gritar, babar
as barbas de molho
dentro de um copo de cerveja

Vai fazer o quê? Nos temos o que?
Direito? Eu escrevo até com
o esquerdo. E dou de todos
os lados menos ao desacato
a humanidade.

Mas a praça é do povo
e o beco dos ratos.
é e será sempre nosso!

Improviso finaliza
o poema combinado
a ser de improviso

Fim?
Será?
Foi?
Pagasse.
Paguei.

Beco que te quero bento
Canto que te quero santo
Rato que te quero rápido
Como um rapto

Rapte-me, camaleão
Rato que se metamorfoseia em versos

Eu fiz um trato
num contrato
pra falar poesia
no beco do rato

Eu acaricio, não maltrato
vou pro beco do rato
vou de chinelo, de sandália
de sapato
Vou pro beco do rato
tô ligado é o maior barato
falar poesia no beco do rato

A poesia se perde no beco
o grito seco explode em gargantas
me vem em doses homeopáticas
na sintomática estância
de te absorver como chumbinho
qui me mostra o caminho da morte
Foda-se.

Não faço tratado com as palavras
aqui na esquina do beco do morais
todo o trato será pouco, enquanto o brilho
Aaeso das poesias soltam as centelhas
das britas de pedras de isqueiros
reluz como um farol que traduz
o perigo invisível das ciladas dos corais
distante do cais que já ficou pra trás.

Acabou!!!

Revelei-o em prantos
a morte de nada ser.
Chega!!!
Não quero mais amor
acabou a ternura,
só nos restou a poesia...

Escrever os versos novos das pessoas
que me chegaram.

Confusas, plenas, sortudas...
entre uma linha e uma lembrança
acredite na renovação,
nem aqui me mostra o seu amor!

Rinocerontes, rinocerontes,
engulo quilos e quilos de
rinocerontes
com sua pele grossa e enrugada
olho pela janela molhada
e a realidade que penso ver
me é indigesta.

Colocaram o rinoceronte no
out-door!
pintaram-o de cor-de-rosa!
amarelo, verde, anil!

Eu; esse viaduto atropelou
outro...
quisera poder desenhar asas
nos rinocerontes,
quisera que fossem expelidos
pelas chaminés
quisera que voltassem de minhas entranhas e em imensa manada
destruíssem a cidade.

Cidade. Cidade. Cidade...
que invade de versos de amor os corações humanos.
desumanos seres humanos
que querem encher-se apenas de metais vís.

A vida esquecida atrás dos suvacos
mal-cheirosos
dos homens que trabalham demais
e falam demais

porque pão é pão
queijo é queijo
pão de queijo é pão de queijo

pena que estamos onde não somos
e andamos no mais nada que é tudo
e se tudo é nada?

Nada,nada,nada e (de preferência)
não morre na praia, pois se afoga numa mesa de boteco recitando Rimbaud...

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