Balanço dos 3 anos de Ratos di Versos - 17/05/2009

No sábado o RATOS DI VERSOS completou 3 anos de serviços públicos na casa da Lapa, nossa madame-madrugada. No dia seguinte escrevi uma resenha a respeito do andamento do evento, mas ainda bem que não a tornei pública. Um dia após o ocorrido ainda emocionalmente afetado, era impossível uma fria análise da situação, que nos leva a ver prós e contras. Ainda estava abalado pelos contras...


Cheguei lá no bar Bodega da Boa por volta das 19hs e já havia um público considerável. Fiquei contente, e depois é que alguém contou que a dona do bar havia marcado um chá de panela com feijoada completa no mesmo dia do RATOS. Até aí tudo bem, acho super instigante o exercício de transformação do público em platéia, porém...


Bom, o bar possui uma tal de Cash-Box ou

Box-Junk,não sei o nome, mas refiro-me

àquelas caixas de música “Papa-UmReal”.


O público da poesia chegava aos poucos, no decorrer da noite, e as mesas já rareavam. Enquanto isso a festa era feita pela barulhenta caixinha do UmReal, tocando de O Rappa a Banda Calypso.


Ligou-se o microfone. Damasceno deu início à poesia, pedindo licença à caixa de música, tocou músicas de verdade, feitas ali, agradando aos roedores de queijo e os papa-feijoada. Nesse momento, o bar já se encontrava espacialmente segregado entre gregos e troianos que guerreavam por uma melhor distribuição de cadeiras. O violão parou e começava a poesia. Após uns dez minutos de poemas mal escutados(a balbúrdia no bar era muito grande), a moça casamentada, que era prima da dona do bar, e todo o seu grupo(maior do que o nosso público que ainda chegava) resolveram que gostariam muito de escutar música. Não música do violão daquele cara não, música da caixa de som, aquela que se coloca a nota, escolhe a música e ela grita.


Começava o debate dialético que se seguiu até que a galera do chá de panela levantou-se em motim pedindo música, e uma gordinha mais desinibida(o indivíduo, sempre o indivíduo), foi até a caixa mágica e colocou 2 reais e a música caiu como um deslizamento de barreira, soterrando a voz microfonada. Aí alguns ânimos pularam! Até que chegou-se ao ponto de não conseguirmos mais permanecer no ambiente. A hostilidade havia se instalado.


Quando desequipamos o bar do nosso material, percebi que a poetada já tinha se encostado no bar ao lado e, engasgada que estava, rasgava o verbo nos poemas no gogó para os desavisados que ali estavam. Então guardamos tudo e fomos para lá. Já lá, o atendente do bar aumentou o som da TV e não deu outra, alguém(olha o indivíduo) foi até o bar do outro lado da rua e convenceu o dono a hospedar um grupo de arruaceiros em prol da poesia. A idéia girou naquele ambiente, passava de boca a boca, uns diziam que podia até ligar o microfone, outro que a cerveja estava mais gelada, e assim assim fomos indo para o outro lado da rua, para um boteco apertado e de esquina. E ali comemoramos, e ali dissemos poemas e ali subimos na mesa e ali até o Maurição estava... Ficamos por ali...


Os amantes da poesia, os amigos RATOS DI VERSOS estavam ávidos por aquele encontro. Alguns com textos para experimentação, outros com poemas especiais para a ocasião, todos querendo ouvi-los. Isso levou os RATOS DI VERSOS ao terceiro boteco da noite, para lá trocarem o que queriam. Essa é que foi a parte pró, a parte boa de toda a cagada. A turma da poesia com força de reunião e espírito de não vamos parar. A poetada encaixou no boteco e a poesia...........encaixou com tudo, e veio no nosso encalço. Se ela falasse, agradeceria. Que assim seja sempre. Amém.

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DuduPererê

Um comentário:

Louis Alien disse...

foi uma noite que começou mal mas acabou muito bem...
três anos de ratos em três bares diferentes...


falae, vai ter sábado agora???? me avisa.