RATOS DI VERSOS de quarta passada

Na última quarta aconteceu mais um encontro do coletivo RATOS DI VERSOS. Estiveram mais uma vez no Sabor da Morena em Botafogo. Um bar super chiquezinho, bem diferente dos becos de onde vieram e estão mais acostumados a atuar, afinal vida de RATO é circuito de bueiro em buteco; é caça de queijo barato e desfile de traveco. Acho que os RATOS sabem disso mas é importante lembrar.

Choveu fino nessa noite de RATOS, o bar estava frio mas não se demorou em esquentar. Foi lindo! Eu vi e vos digo: Foi mágico! A RATATADA toda estava a fim de jogo e talvez por isso a partida fora tão bem repartida. A dinâmica auto-gestão funcionou como nos saudosos encontros que eu já havia presenciado nos becos da Lapa.

O Poema Coletivo- que ficou maravilhoso- levou uma vaia feia de um Crítico(melhor começar o nome dele com letra maiúscula, críticos devem ser muito vaidosos). Sim, esse dia apareceu até um crítico de poesia em plena loucura instaurada do RATOS DI VERSOS. Eu que nunca havia visto um desses de perto(na verdade pensava que eram lendas, realmente achava que não existissem em forma de seres humanos) o tratei como um RATO qualquer e ele logo chamou a atenção: “Veja bem, não sou poeta, eu sou crítico e só sei criticar.” Aí criticou o jeito da fala de um, o modo em que o outro se posicionava para falar... criticou a tabaca da “mulér” do Don Raton, em favor da justa causa da liberdade de se drogar com tabaco e com isso veio ela, a temida, a tão chata e tão importante Política. Ela tomou o espaço inteiro até algum RATO ávido por brincadeira inici ar o coro de um homem só: “Poesia! Poesia! Fora política!”, e foi aquele esbarra-esbarra, uns diziam que aquilo era poesia, outros saíram para fumar...

Até que o arranca-rabo deixou o microfone solto, solito, mas por pouco tempo, logo logo um RATO black bradou firme do fundo do udigrudi e o microfone agüentou firme até as dez da noite. Depois foram até meia-noite no gogó. Só saíram porque foram gentilmente expulsos. Essa galera tava que tava!

No final vi que apesar de não estarem no submundo da Lapa, os RATOS estavam se sentindo na própria toca, tocaram o maior rebu- e é reboliço o que sabem fazer melhor. E mesmo atuando em um “barzinho chiquequê” na Zona Sul, souberam levar o espírito do evento e instauraram em Botafogo a sua aura libertina. Obrigado a todos os RATOS DI VERSOS(enunciar nomes é impossível pois são muitos) por mais uma vez atingirem em cheio a minha alma enclausurada pelo sistema. Viva Poesia. Poesia Viva!

DuduPererê

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