Ratos no Cinema, por Tavinho Paes

quando o rato e o queijo se encontram
aquele que vai comer o outro sabe
que o outro foi feito para que ele
fosse feliz
tivesse fome e paladar perfeitos
fizesse a cadeia alimentar
libertar seus prisioneiros
enquanto se sentisse eleito
para receber as dádivas
do deus dos desejos satisfeitos

o rato e o queijo
feitos um para o outro
encontrando-se num banquete
fazem dele uma festa
onde tudo que é servido presta
homenagens à sesta

embora um seja para o outro
uma fantasia
a refeição é como uma poesia
na qual o rato e o queijo
se amam num cinema
comendo pipocas
e vendo poemas...

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