POEMA COLETIVO 29/11

E os cristãos morrem no inferno
porque a cruz é pesada
E o fardo manso
o céu é aqui
no agora do instante sol

Neste mundo explosivo de violência
meu coração se impõe contra com muito carinho
carinho que nutri o amor
o amor pela vida
que insana meu corpo de plasma

Meu corpo pede êxtase enquanto mina
quase explode ante a iminência do meu azaramento
Azar o dela, pois minha palavra é o que digo,
é o meu falo de falanges utópicas e reais
quando realizadas.

Vou tomar uma cachada de água
vou tomar duas
vou tomar três
até perder as palavras de vez
Uma puta pariu a chuva
uma pica na luva
o poema se escancara
se esporra na cara
da hipocrisia, foda-se ratos, viva a poesia!
Sangra vadio todo dia
abre| arlig| arlig| arlig| arlig|
é natural que você seja assim.

Macumba na bandeira
nacional
eleição sangue e morte
urnas funerárias
violadas
galinhas eletrificadas
na encruzilhada
em fios de alta tensão
polu~ição charutos
monte cristo
whisky curty shark
velas de citronelas
acessas com fósforos
fiat lúcifer
fmi encosto erva
de santa brasília
atraso encravo
macumba na bandeira
nacional eleição sangue
e morte

E? A baliza da
o meu e? Bum!
cobre e encobre
uhhh!!
No seio da vida
escondo ...
A vergonha de ser o que sou
o que nem sei quem sou
se sou
ser!!!
o que?
Qualquer coisa
imagino que seja
Algo bom. Assim ...
sei lá
vc sabe?
Só sei que nada sei
como disse meu amigo Platão
mas que esta alma está salva
isso eu não sei se não

Que o nectar de uma vida
alimente outra, mesmo que as vezes
seja por pouco tempo, mas que essa
vida seja livre e feliz.

Eu não fiz nenhum contrato
mas vou falar poesia no Beco do Rato
não vou cuspir no prato
vou falar poesia no Beco do Rato
eu só ando de chinelo, não uso sapato
vou falar poesia no Beco do Rato
ela é uma gata, eu sou um gato
vou falar poesia no Beco do Rato
ele tem cara de pato, de carrapato
ele vai falar poesia no Beco do Rato
E eu que pertenço ao reino
mineral
faço silêncio
não vou ao beco
não farei coisa alguma
a não ser ficar
estático
e agire então
Apático
é como ficam aqueles que não vêm ao Beco do Rato
lunáticos
são aqueles que vêm
não têm
porque não virem pra cá
festa estranha com gente esquisita
estou muito legal e agüento mais
birita!
Pelas entranhas do mundo animal, as feridas
que servirem de sinal para amanhã
recorreremos a um hospital, que sempre
não virá cura para todas as falacias
poéticas do mal
E não me fale da lucidez
quando pouso no meu rosto
Esse encosto
possível
fale-me do que não sei
quando não penso no meu não-rosto
esse escarro
espulso
de nossa garganta
cigarro.
Bem vindos aos ratos gozados e molhados
de versos.


Obs.:
eu sou o coletivo! o coletivo
de sensações, o coletivo
de idéias, o coletivo
de qualquer coisa, o coletivo
de todas as palavras, o coletivo
das suas, das deles, das minhas,
eu sou o coletivo! eu!
e marco meu território como o cão
urinando pelos cantos, expulso
os outros. eu sou o coletivo!
eu! isolando-me! eu!

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