RATOS DI VERSOS
FUNDADO EM 17 DE MAIO DE 2006
Beco dos Carmelitas, 9
Lapa
Ratos, penetras na festa de Noé. Fecundos em idéias, no breu da noite sorrateiros pelos becos saem para disseminar a palavra. Doença da Peste transformar palavra em Poesia.
Coletivo vivem os Ratos juntos a dois anos pelos Becos da Lapa onde se desentocam, mostram a cara e multiplicam uma idéia de Liberdade. Ratos traçam o que der e vier, todos são benvindos, podem falar o que quiser. Farejadores de ouvidos atentos, no Beco nunca surge mau tempo. Seja de laboratório ou de sarjeta, aqui todos são aninhados , renindo os diversos versos num só universo.
A ninhada desses Ratos de Beco é a Poesia inspirada e criada no coletivo di versos.
O Rato do Sorriso Largo se inspira e cria para:
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ANESTESIA | |
Escrever poesia | Tensão |
Nos dias atuais | Tesão |
Requer: | Ironia |
Inspiração | Estômago |
Frieza | Picardia |
Fantasia | Cu |
Imparcialidade | Hipocrisia |
Despreendimento | E |
Niilismo | Cachaça... |
Lexotam | Muita cachaça. |
Isordil | |
Adalat | |
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DALBERTO | GOMES |
O Rato Zen sacode a poeira e combate a tristeza:
COMBATE
Quando te bater a tristeza
Revide
Pois ela é grande mas é uma só
E andorinha sozinha não faz milagre
Mas milágrimas
Desalegram
Qualquer palhaço
DANIEL SOARES
A Ratinha única que escreve com o coração no papel, canta com cupins:
rastejo no assoalho
enquanto canto a última serenata
para os cupins
os cupins dançam
a rumba de uma voz aflita
e deliciam-se com o meu cabelo
que cheira a chocolate
ao fundo, o latido de um cachorro
dá-me forças para levantar ir até a janela
e gritar para que o novo dia aconteça
enquanto os cupins vandalizam o resto da minha sala
JUJU HOLLANDA
O Rato Registrado divide suas mágoas:
EM ALGUM LUGAR, MÁGOAS DE UM LUGAR COMUM
Estático.
Sombrio.
Perdido.
Solitário.
Sufocado.
Suado.
Acabo de acordar, de um enfarte na alma.
Bom Dia.
Alguém em algum lugar, chora.
Alguém em algum lugar, ama.
Alguém em algum lugar, sente mágoa.
Alguém em algum lugar, sofre.
Alguém em algum lugar, morre.
Alguém em algum lugar, se sente só.
Eu não conheço, a pessoa de algum lugar.
E o algum lugar e a pessoa não me conhecem.
Mas, por aqui sinto a mágoa que chora a sofrida lágrima que morre
se sentindo só...
CARLUXO
O Rato com o nariz de palhaço é o artista do improviso, pregando peças:
PEÇA | |
Artista? | atuando, discutindo, discordando e |
Tá, tudo bem, sou artista... | concordando dentro de mim! |
Mas sou artista do teatro da vida, no palco | Peça. |
da rua, na peça em que todo mundo atua. | O mundo prega peças enquanto eu peço |
Interpreto tantos papéis diferentes que já | pessoas, audiência ao meu espetáculo. |
nem sei mais qual é o personagem da | Ainda bem que já entendi que estamos |
minha essência. | fadados a manifestação, |
Peça | E que a essência do meu ser está no |
A vida é uma | contato com o ser alheio, |
Peça | então, |
De um quebra cabeças decapitado | vamos trocar figurinhas? |
Peça | vamos nos influenciarmos-nos? |
Um milhão de personagens distintos, | DUDU PERERÊ |
Chegamos ao Rato filosófico, pensamento é para rachar cabeças:
não é o crânio | toda paixão |
que segura a bala | é um ataque cardíaco |
mas a torna inútil | sem compaixão |
| |
não tem óculos | quando senti, amor |
que caibam nos meus olhos | o peso de seu amor |
só minha alma lê | nenhuma escavadeira me encontrou mais |
| |
de tanto pensar, pensei | |
amanheceu | |
deveria pensar menos | |
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| MARCELO NIETZSCHE |
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