POEMA COLETIVO 13/12/06

Peguei o coletivo que
Passava cheio de mins
Que eu não soube
Ser
Dei sinal na esquina
Da rua do meu amor com
A avenida
Da saudade que não ficou
Passava os vazios de uns
E a urgência
De outros na janela
E dos bueiros a música fluía
Tingindo o caos e a mendicância
De cobertores, comida e cultura.

Vim sentir, me descubrir
Meus apelos, meus medos,
E o dedo na ferida
De uma vida tão sofrida
E abalada
Por percalços, por altos e baixos.

Os pés sem sapato,
Eu descalça e nua no meio da rua
Assim, sozinha sem você
Aqui
Me insegurava em planos desfeitos
Que você levou com o vento
Distante ainda podia ouvir
Sons, choros, mas dos sorrisos
Que sinto falta

Sinto falta também
Bem além da imaginação
Sinto falta da rua suburbana
Das festas de esquina
Das praças do chafariz
Do jogo de bola
Da bunda daquela senhora
Que não me sai da memória.

Não sinto o que você quer de mim
Mas se isso não fosse assim
Não saberia o que é querer
Pois querer é não saber
Querer é desejar, é morrer
Querer é fortificar
Ficar pra te ter...

Já bebi de ficar embriagado
Já fumei de cobrirme de fumaça
Mas deixei o cigarro e a cachaça
Pois eu mesmo conheci que estava errado
Se eu não deicho já tinha me acabado
Nessa vida de beber e de fumar
Peço a Deus para nunca me faltar
Água fria e comida pra comer
Pois o vício que tenho é só meter
Assim mesmi to perto de deichar

Rua, quá, quá, quá
O sorriso pular para ousar é preciso
No Beco do Rato.
O amigo oculto e seu vulto
Vulto do peito, peitinho, peitão.
Na minha boca louca
Você e lindo beijo
Me diga a verdade
Verdade seja dita
Não vejo o mundo negro
Não vejo a vida clara
Porque sinto o mundo negro
Negro, lindo, escuro, cheiroso
Que sua na pele do homem que come
Em meio às minhas verdades
E as mentiras do hipócrita mundo
De sociedade deigual
Que enegreço, feliz,
Em noite de poesia.

Emagreço a cada dia
As minhas entranhas, intrigas
Passagens impróprias à integridade
Destendem-se pensamentos fluxo
Imposto marcado de pretensão
Viver é isso aqui
Viver é estar aqui
Aqui ou acolá
Viver é estrear, experimentar, e se
Espantar e se entregar!
Príncipe do sonho
Venha até mim
Diga que você não existe
Que eu não sonho
Que é a vida real que inventa
A sua presença

A Kiss for you

No meio do caminho
Tinha um sorriso
Tinha um sorriso
No meio do caminho
E no meio do sorriso
Uma viola e um cavaquinho
O rato rói o Beco
E a boca canta mais
Um pouquinho
Que um canto só é pouco
Pra quem nunca samba sozinho

A minha pica quando entrava
Ô menina, como você gritava
Se amarrava no pingulin
Ô era tudo que você amava
Te mostrei o sacudão
Tão péludão
Você com sua boquinha
Mandando um lambidão
Ô que delícia foi um tesão
Magnífico lambidão

As pembas quando voam
Por incrível que pareça
Ficam sobrevoando
E admirando a sua buceta
Daí vem a rajada
Da sua bazuca anal
O homem é corno e cruel
Mas minha benga quando entra é fiel

Numa plena quarta-feira
O samba assim se faz
Com mulatas sambando
Deixando as gringas p´ ra trás

Vo te mandar 1 letra
Dentro do começo do samba
Você é uma piranha
Ô doce mel
Vou te levar ao céu
Ô gargamel
Pincela a menina, com teu pincel.

Nenhum comentário: